Força-tarefa vai levantar dados para auxiliar equipe econômica na formulação de ações mais específicas de socorro
Por Daniel Rittner — De Brasília
Um “barômetro setorial” foi criado na Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade (Sepec) para monitorar semanalmente o nível de atividade e o impacto das medidas oficiais de mitigação da crise em cada setor da economia brasileira. Os números e indicadores levantados por essa força-tarefa vão auxiliar a equipe econômica na formulação de ações mais específicas de socorro para segmentos individuais. “É uma maneira objetiva de priorizar as soluções”, explicou ao Valor o secretário especial Carlos Da Costa.
Um acompanhamento em tempo real feito pelas autoridades do setor elétrico a pedido da Sepec demonstra, por exemplo, como o consumo de energia caiu no sistema interligado por ramo de atividade. Os dados comparam as duas primeiras semanas do pós-isolamento (18 de março a 3 de abril) com o período imediatamente anterior (entre os dias 1º e 17 de março). O tombo no consumo atingiu 45% para fabricantes de automóveis, 34% em têxteis, 32% em serviços, 26% em bebidas, 11% no comércio, 4% em metalurgia e 3% em químicos.
No início do “barômetro”, o termômetro era um questionário enviado às associações setoriais. Depois, começou a receber informações privadas, como as vendas processadas por cartões de crédito. Agora, o sistema começa a ser abastecido também com dados internos do próprio governo, como a arrecadação da Receita Federal.
“Tudo isso está se transformando em uma ferramenta muito robusta para orientar – e justificar – o apoio do BNDES para setores específicos”, diz o secretário Da Costa. Para ele, todos estão sendo afetados pela pandemia de coronavírus e não há nenhum grupo de empresas “choramingando demais” nesta crise, mas alguns têm senso de urgência maior do que outros.
As forças-tarefas criadas no âmbito da Sepec abrangem uma série de iniciativas, como o Portal de Qualificações, que envolve dez instituições e oferece cerca de 700 cursos gratuitos. A capacitação a distância inclui áreas como administração, tecnologia da informação, inglês, empreendedorismo e competências gerais.
Os cursos são inteiramente on-line e organizados por áreas temáticas. Houve colaboração de entidades como Senai, Sebrae, Sest/Senac, Academia Microsoft, Google, Fundação Bradesco, Instituto Fenacon e EF English Live para a oferta das aulas sem nenhuma cobrança. “As pessoas estão ficando mais em casa. Temos uma oferta grande de cursos on-line, mas muita gente não tem ideia da qualidade do que é oferecido e como eles se adaptam às suas necessidades.”
Outro grupo ficou responsável por um site específico com perguntas e respostas que possam “traduzir”, de forma mais simples, as medidas econômicas já tomadas pelo governo para atenuar a crise. A avaliação do ministério é que, com a avalanche de iniciativas anunciadas nas últimas semanas, muitas empresas – especialmente com estrutura menor – não têm recursos humanos suficientes para processar tantas informações em tão pouco tempo e fazer pleno uso das medidas.
A lista das forças-tarefas (ver quadro acima) contempla ainda equipes dedicadas ao estudo de instrumentos legais – medidas provisórias, decretos, portarias – para lidar com a pandemia e à estruturação de linhas de crédito ou de garantias para o setor privado. Da Costa afirma que novas medidas voltadas para as pequenas e microempresas estão perto de serem anunciadas.
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